BOCAGE, MEU IRMÃO


Bocage, meu irmão, cheio de graça,
Espero que esta simples homenagem
Não desmereça a tua boa imagem
De alto herói da anedota e da chalaça.

Como sabes, na vida tudo passa,
Mas necessária é muita coragem
Para enfrentar de pé, na outra margem,
Esta gente mesquinha e não de raça.

Guarda-me dos que mordem p’la calada,
Gente cínica, vil, porte pequeno,
Sem cara pra levar uma estalada.

E guarda estes meus versos do veneno
De quem não sabe rir à gargalhada
Nem nunca disse nada de obsceno.


Ponte de Sor, 11/11/05